Após a psicologia ter se estabelecido como uma área do conhecimento distinta e independente, por volta do início do século XX, firmam-se duas escolas principais de pensamento: o behaviorismo (concentrado na teoria de aprendizagem), originado dos experimentos de Ivan Pavlov, defendido com entusiasmo nos Estados Unidos e que dominava o campo da psicologia experimental; e a abordagem psicanalítica de Sigmund Freud e seus seguidores (focada no inconsciente e no desenvolvimento da primeira infância), que formava a base da psicologia clínica. As duas escolas tinham pouco em comum. Os behavioristas rejeitavam a abordagem introspectiva filosófica dos primeiros psicólogos e empenhavam-se em colocar o assunto numa perspectiva mais científica, baseada em evidências. Os psicanalistas interessavam-se justamente por essas introspecções e, em vez de evidências, valiam-se de teorias para defender seus pontos de vista. Processos mentais como percepção, consciência e memória, passaram a ser ignorados pela maioria dos psicólogos.
O que desviou o interesse do comportamento, direcionando-o ao estudo dos processos mentais, foi algo externo à psicologia. O desenvolvimento das comunicações, da tecnologia de computadores e as possibilidades que surgiram com o advento da inteligência artificial produziram uma nova maneira de ver o cérebro: como um processador de informações. Os “processos cognitivos” ou “cognição”, que o behaviorismo não queria ou não podia analisar, passaram a ter um modelo a partir do qual os psicólogos podiam trabalhar. Ao mesmo tempo, os avanços em neurociência proporcionaram uma maior compreensão das funções do cérebro e do sistema nervoso. Isso permitiu que psicólogos examinassem os processos mentais diretamente, em vez de apenas inferi-los com base na observação do comportamento.
Em meados do século XX, as duas abordagens passavam por exames críticos. O behaviorismo estava sendo substituído no campo experimental pela psicologia cognitiva, mas a esfera clínica não contava com alternativas ao modelo psicanalítico. A psicoterapia havia evoluído para práticas diversas, mas as linhas gerais da psicanalise e a exploração do inconsciente estavam presentes em todas. Alguns psicólogos começavam a questionar a validade desse tipo de terapia, entre eles Aaron Beck.
A segunda metade do século XX foi marcada por uma profunda mudança na psicologia clínica. A psicanálise era considerada nada científica por muitos psicólogos e, na década de 1960, foi substituída no tratamento de alguns distúrbios pelas terapias comportamentais ou pela nova linha cognitiva de Aaron Beckm, que em 1967 combina a terapia cognitiva com a terapia comportamental. As combinações dessas abordagens, reunidas sobre o termo genérico “terapia cognitivo-comportamental” (TCC), evoluíram ao longo da década de 1980. Segundo Paul Salkovskis (1999), a TCC é especialmente bem-sucedida no tratamento de transtorno obsessivo-compulsivo (TOC), no ponto em que a psicanálise falhara por não conseguir encontrar a raiz do distúrbio em traumas passados ou reprimidos, Salkovskis explicou o problema à luz da psicologia cognitiva e ofereceu um tratamento cognitivo e comportamental.
A TCC é uma abordagem que auxilia o indivíduo a identificar, entender e corrigir os pensamentos distorcidos que afetam negativamente os comportamentos e emoções do mesmo.
Esta abordagem prática, estruturada e focada na resolução do problema, utiliza-se de teorias da terapia cognitiva para remodelar o processo cognitivo do cliente, e estratégias da terapia comportamental para alterar como ele age. O foco é alterar os pensamentos negativos e ciclos comportamentais que fazem o cliente infeliz.
No intuito de entender o link entre pensamento e comportamento, o terapeuta destrincha o problema em partes, analisando as ações, pensamentos, emoções e sensações físicas do indivíduo. Com isso, o terapeuta pode entender como o diálogo interno e pensamentos automáticos do indivíduo afetam seu comportamento. O terapeuta auxilia o cliente a reconhecer quais experiências desencadeiam esses pensamentos e o ajuda a desenvolver as habilidades necessárias para alterar essas reações automáticas (Hemmings, 2018).
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